Desde os meus sete anos de idade, faz tempo já, quando num final de semana meu pai chegou em casa com um saquinho diferente, eu e meu irmão com aquela curiosidade peculiar que toda a criança tem perguntamos do que se tratava, ele disse são bolinhas de gude que eu trouxe para vocês brincarem. Lembro-me bem que eram todas coloridas, tinha azul, vermelha, branca, fruta-cor. Ele pacientemente nos ensinou a brincar com as bolinhas de gude.
O tempo foi passando, entrei na escola, era febre jogar “peca”. Tinha uma pasta branca onde levava os meus cadernos, no bolso de fora levava algumas bolinhas de gude para jogar com a piazada no recreio. Jogávamos na valeta de concreto por onde a água escorria ou no pátio da escola. Existiam até campeonatos, que modéstia a parte eu ganhava todos rs. Existiam várias modalidades, triângulo, estrela, “bulico”, roda, jogo do mata.
A tarde na minha casa reuniam-se cinco ou seis garotos para jogar comigo, fazia coleção de bola de gude em duas latas grandes que a minha mãe me deu. As mais bonitas eu guardava pra coleção, fazia troca de bolas de gude com meus amigos, era uma festa lá em casa. Ficava bravo quando quebrava alguma bola de gude que eu gostava. Eu tinha uma técnica muito boa para jogar, era expert rs. Fazia até campeonato de corrida com as bolas de gude, ponhava uma do lado da outra numa descida, dava nomes de pilotos de fórmula 1 (na época Senna, Prost, Berger, Alesi, Piquet) e anotava num caderninho as vitórias de cada um (rs).
Dia destes passeando pelo bairro encontrei as bolas de gude numa lojinha de R$1.99, não tive dúvida, comprei um saquinho para jogar com meus sobrinhos. Pensem na alegria deles, os olhinhos brilhavam de alegria, ficamos a tarde toda brincando de bola de gude. Eu jamais deixo morrer a criança que existe em mim. Jogar bola de gude exercita a paciência, a precisão e o auto controle, experimente.
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